Santa-marienses se preparam para corrida em conscientização sobre o autismo

Arianne Lima

Santa-marienses se preparam para corrida em conscientização sobre o autismo
Desde 2008, a Organização das Nações Unidas (ONU) reconhece abril como o mês de visibilidade e conscientização sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA). De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada 160 crianças no mundo tem o transtorno. 

Em Santa Maria, o diálogo, o respeito e o acolhimento impulsionam instituições e entidades sociais a promoverem diversas atividades. No domingo (23), ocorrerá a 1ª Rústica santa-mariense pela conscientização do autismo. Promovido pela Faculdade Integrada de Santa Maria (Fisma) e o centro de referência em Transtorno do Espectro Autista Compreender para Atuar, o evento permitirá que os corredores participem das categorias Kids, 3 km, 6 km ou caminhada, além de outros momentos com mateada, música e atividades recreativas. 

Participação

A dona de casa Carla Taís Azevedo Fornazari, 43 anos, já começou a se preparar para a rústica. No evento, ela irá participar da corrida enquanto o filho Pedro, 20, e a filha Beatriz, 17, farão a caminhada. 

– A gente vem se preparando. Eu corro já faz um tempo. Então, estou bem animada em poder participar – conta Carla.

Aos 9 anos, Beatriz foi diagnosticada com o Transtorno do Espectro Autista, embora a investigação tenha iniciado quando ainda tinha cerca de 3 anos. A adolescente, que tem o balé e a pintura como hobbies, frequenta o centro Compreender para Atuar desde setembro de 2020. Ao falar da rústica, Beatriz abre um sorriso. 

– Já estou me preparando. Adoro fazer exercícios, mas fico cansada quando corro muito. Por enquanto, vou caminhar – relata a adolescente. 

Mais do que participar da rústica e dar visibilidade a temática, Carla Taís espera que o evento seja um momento de acolhimento entre pais, amigos e pessoas que têm o transtorno. 

– A expectativa é a melhor possível. É importante divulgar o assunto autismo, porque muita gente não tem conhecimento. Essa será a oportunidade de estarmos confraternizando com várias famílias. Aproveitar, trocar conhecimento e dicas, conviver com outras pessoas e proporcionar isso para as crianças e adolescentes que têm TEA.   

Foto: Arianne Lima (Diário) / Beatriz e a mãe Carla irão participar da Rústica pela conscientização do autismo, que ocorrerá no domingo

Iniciativa

Em Santa Maria, o centro Compreender para Atuar é referência no atendimento ao Transtorno do Espectro Autista desde novembro de 2019. Atualmente, o espaço atende cerca de 200 famílias, realizando 1,5 mil atendimentos por mês. Conforme o diretor geral da Fisma, Ailo Saccol, a Rústica foi pensada a partir da necessidade de tratar sobre o autismo com a comunidade, destacando a importância da busca por diagnóstico para que as pessoas com transtorno tenham melhor qualidade de vida. 

– Espera-se que isso movimente a temática e que através do esporte, ela ganhe mais visibilidade para que as pessoas possam discutir e refletir não apenas sobre o transtorno, mas também sobre o diagnóstico e tratamento – afirma. 

A 1ª Rústica santa-mariense pela conscientização do autismo também com a apoio da prefeitura de Santa Maria, Brigada Militar, Ítalo Ribeiro Assessoria em corrida, Sicoob, Sicredi, Unimed, Unicred, Clube Dores, PlayArt, LZanini Hortifruti, Super Erva, Lia Matias Fotografia e Wow Creative.

O quê – 1ª Rústica santa-mariense pela conscientização do autismo

Quando – No Domingo, a partir das 7h30min. Largada às 8h30min

Onde – Na pista da Brigada Militar de Santa Maria – Estádio Cel. Iriovaldo Maciel de Vargas

Inscrições encerradas para a rústica

Programação – Mateada, atrações musicais e atividades recreativas

Autismo

O autismo é um transtorno de neurodesenvolvimento que compromete a comunicação e interação social do indivíduo, estando associado muitas vezes a padrões de comportamento restritivos e repetitivos. No abril azul, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) compartilhou quatro fatos sobre o autismo:

Este transtorno começa na infância e tende a persistir na adolescência e na idade adulta do indivíduo

Embora algumas pessoas com Transtorno do Espectro Autista possam viver de forma independente, outras têm graves incapacidades e necessitam de cuidados e apoio ao longo da vida

Em todo o mundo, as pessoas com TEA são frequentemente sujeitas à estigmatização, discriminação e violações de direitos humanos

Estudos mostram que intervenções psicossociais baseadas em evidências podem reduzir as dificuldades de comunicação e comportamento social, impactando positivamente no bem-estar e qualidade de vida das pessoas com TEA

Por iniciar na infância, é recomendado que pais ou responsáveis estejam atentos a alguns sinais a partir dos seis meses de idade da criança, como pouco contato visual, dificuldade de atender quando chamado, dificuldade na comunicação verbal e não verbal, além de interesses incomuns por objetos.

A educadora especial e coordenadora técnica do centro Compreender para atuar, Jessica de Oliveira, ressalta que, ao identificar qualquer atraso, a melhor solução é procurar um profissional especializado.  

– Sempre indicamos que as famílias procurem um profissional. O autismo não é só uma questão de comunicação ou, isoladamente, de interação social. É um conjunto de fatores que apresentam essas características de formas muito variadas. Então, o profissional precisa entender também sobre autismo para direcionar para uma melhor intervenção.

A ONU reforça que, além do diagnóstico e tratamento, a inclusão por meio de ambientes com acessibilidade, educação inclusiva, programas de suporte e inclusão no mercado de trabalho tem contribuído para a melhora da qualidade de vida desta população.

Dicas para famílias

A família é fundamental no processo de acolhimento ao diagnóstico de TEA. Por isso, o Compreender para Atuar listou algumas dicas que podem auxiliar pais ou responsáveis:

Estudar sobre autismo

Buscar ajuda especializada

Trabalhar em conjunto com terapeutas e escola

Incentivar e promover autocuidados

Criar possibilidades para que criança ou adolescente desenvolva habilidades sociais

Envolver a criança nas rotinas da casa

Criar redes de apoio com outros pais de filhos com TEA

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